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Factos

Facebook da Jornalista A jornalista Selma Inocência publicou uma reportagem que ela afirma ser baseada em factos documentados. Para verificar isso, aqui vão algumas perguntas: Tem conhecimento que este assunto, que agora está a ser vendido como notícia de revelação, foi discutido abertamente em Maputo há 35 anos e publicado na imprensa moçambicana? Tem conhecimento que o antigo Ministro das Finanças de Moçambique, Magid Osman, divulgou a informação sobre o pagamento da dívida de Moçambique num seminário em Maputo em novembro de 1990? Tem conhecimento de que o Governo alemão se comprometeu a financiar um programa de reintegração para criar postos de trabalho no valor de 300 milhões de dólares americanos? Tem conhecimento de que o Presidente Chissano, na sua visita de Estado à Alemanha em setembro de 1991, tentou esclarecer a questão das obrigações pendentes do acordo de 1979, mas que o partido sucessor do SED comunista se recusou a receber o Chefe de Estado? Tem conhecimento de que, a partir de março de 1992, os retornados da Alemanha (tanto trabalhadores como ex alunos da Escola da Amizade) puderam obter empréstimos até 20 mil dólares americanos cada junto do banco de microcrédito Socremo, criado especificamente para este fim? Tem conhecimento de que, a pedido dos dois governos, foi criada a associação dos regressados ADECOMA (Associação de Desenvolvimento e Cooperação Moçambique Alemanha) onde se podiam inscrever os interessados neste programa de créditos e nos cursos de gestão de empresas e que eu fui nomeado secretário executivo da ADECOMA? Tem conhecimento de que o General Alberto Chipande, então Ministro da Defesa, informou o Parlamento, em dezembro de 1991, que 96% das pessoas convocadas para o serviço militar em 1991 não tinham sido recrutadas e que, por conseguinte, se estava a proceder a um recrutamento forçado? Tem conhecimento de que para evitar ser chamado para o serviço militar um grupo de 700 - 800 regressados se juntou à Renamo, na altura um grupo militar e não formado como partido, e que houve inscrições no Jardim de Liberdade em Maputo, mais tarde conhecido como Jardim dos Madgermanes? Tem conhecimento de que, em janeiro de 1992, jornalistas alemães da emissora Deutsche Welle espalharam o boato de que o governo alemão tinha enviado para Moçambique 360 milhões de Marcos (na altura 288 milhões de dólares americanos) e que o ministro moçambicano do Trabalho, Teodato da Silva Hunguana, garantiu que Moçambique não recebeu qualquer dinheiro da Alemanha? Tem conhecimento de que, nos dias 14 e 15 de janeiro de 1992, este grupo provocou graves distúrbios nas cidades de Maputo, Beira e Nampula, tendo sido erguidas barricadas, incendiados carros e destruídas lojas? Tem conhecimento de que o embaixador moçambicano em Bona se queixou oficialmente ao governo alemão, na altura apoiante secreto das tropas de Afonso Dhlakama, sobre o incitamento à violência? Tem conhecimento de que a Embaixada da Alemanha financia este grupo há mais de três décadas? Tem conhecimento de que a ADECOMA, único representante legal dos regressados, logo após a guerra sem receber apoio já tinha pontos de contacto em todas as capitais de provinciais e um escritório no meu estúdio de música na Escola Primeiro de Maio em Maputo? Tem conhecimento de que Afonso Dhlakama prometeu emprego aos regressados se a Renamo ganhasse as eleições de 1994? Tem conhecimento de que, elementos deste grupo do jardim dos Madgermanes em novembro de 1994 após a divulgação dos resultados das eleições, realizaram um ataque incendiário ao escritório da ADECOMA onde estavam já registados mais de 5 mil regressados, quando perdi grande parte do meu equipamento do estúdio? Tem conhecimento de que o próprio Ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Dr. Klaus Kinkel, inaugurou o centro de reintegração do CIMA (Centro de Informação Moçambique Alemanha) em 1996, onde após a destruição do escritório da ADECOMA, deveriam ser organizados cursos de formação e cursos de alemão, bem como um ponto de contacto, por exemplo, para pais moçambicanos com filhos na Alemanha? Tem conhecimento de que foi assinado um acordo cultural bilateral entre os dois países em janeiro de 1997, mas que o centro CIMA foi encerrado pela Embaixada sem qualquer justificação? Tem conhecimento de que o Presidente Chissano convocou uma comissão parlamentar de inquérito para esclarecer o dossier Madgermanes após os tumultos ocorridos durante as celebrações do Dia do Trabalhador em 2002? Tem conhecimento de que o embaixador alemão Ulf-Dieter Klemm, acreditado em Moçambique em agosto de 2002, declarou à imprensa moçambicana, a 3 de setembro de 2002, que o governo alemão iria colaborar e finalmente apresentar provas das alegadas transferências? Tem conhecimento de que apenas um dia depois, a 4 de setembro de 2002, o embaixador alemão Ulf-Dieter Klemm disse à imprensa moçambicana que o governo alemão iria contribuir para o esclarecimento, mas que esperava um pedido oficial do Governo moçambicano? Tem conhecimento de que um dia depois, a 5 de setembro de 2002, o adido de Imprensa da Embaixada da Alemanha em Moçambique, Rainer Müller disse à imprensa moçambicana que o Governo alemão "está impossibilitado de intervenir porque é um assunto interno e nós não podemos interferir em questões internas"? Tem conhecimento de que o Governo moçambicano em 2003 voltou a confirmar que não recebeu os 300 milhões de dólares americanos nem qualquer outro montante para o programa de reintegração e que o governo alemão não se opôs? Tem conhecimento de que o embaixador da Alemanha em Moçambique, Ulf-Dieter Klemm, após a publicação do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito, fundou com altos funcionários da política de desenvolvimento alemã em Moçambique, funcionários da Embaixada e com agentes do SISE treinados pelo STASI na RDA secretamente a organização AAMA, que ainda hoje se faz passar por uma associação legal de regressados para receber e controlar dinheiro da Alemanha? Tem conhecimento de que um segundo centro de reintegração (ICMA) só foi financiado em 2003, mas que os regressados da ex RDA não foram autorizados a utilizá-lo por ordem do embaixador alemão Klemm? Tem conhecimento de que, em julho de 2004, 49 regressados invadiram a embaixada alemã em sinal de protesto e só saíram ao fim de vários dias em condições desumanas de fome após promessas do Governo alemão e que, mais tarde, um dos ocupantes morreu por ter sido recusada assistência médica? Tem conhecimento de que a associação AAMA é liderada pelo seu presidente, Albino Forquilha, há mais de 10 anos, sem que tenha sido convocada uma assembleia geral para novas eleições, como é exigido por lei, e que foi aberto um inquérito contra ele na Alemanha por desvio de 100 mil euros? Tem conhecimento de que o Presidente da AAMA, Albino Forquilha, recebeu dinheiro da Embaixada da Alemanha para parar os processos que iniciou, juntou com o Sr. António Frangoulis? Tem conhecimento de que o meu amigo e advogado, Elvino Dias, morto a tiro em outubro de 2024, me representou no processo contra o Sr. Albino Forquilha quem ameaçou-me em vez de pagar a sua dívida comigo e António Frangoulis, quem fez o seu trabalho de modo a que todos os meus processos na polícia, no Ministério Público e em tribunal fossem arquivados? Gostaria de fazer uma pausa por agora. Estou disponível para fornecer mais informações. Mas uma coisa deve ficar clara: Se querem ajudar os milhares de repatriados da ex RDA e as suas famílias a pôr fim ao seu sofrimento, devem divulgar os factos! Continuar a espalhar as mentiras só vai beneficiar aqueles que estão a enriquecer com o sofrimento prolongado de milhares de moçambicanos! Para pedir ao Governo alemão que investigue o desaparecimento dos 300 milhões de dólares, é preciso pôr os factos em cima da mesa. Roland Hohberg (ADECOMA)

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